OPD

Por Dra Alessandra  – Fellowship do Médicos de Olhos

Catarata é a opacificação progressiva do cristalino, a lente interna do olho. A medida que essa lente perde transparência, a luz se dispersa e não chega de forma adequada ao nosso olho. Clinicamente, observa-se visão embaçada, queda de contraste, distorção da imagem e desempenho visual inferior em ambientes escuros.

Para quantificar de forma objetiva o impacto da catarata na qualidade da visão, utilizamos o OPD-Scan, exame que integra aberrometria (medição das imperfeições ópticas do olho) e análise da superfície do olho (córnea). O grande valor desse exame é demonstrar de onde vem a perda de qualidade: da córnea ou do interior do olho (catarata).

O OPD-Scan organiza a formação da imagem em dois grupos principais:

1) Aberração corneana

Refere-se às imperfeições ópticas da córnea — sobretudo de regularidade e curvatura —, como miopia, hipermetropia e astigmatismo, geralmente corrigidas com óculos ou lente de contato.

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2) Aberração interna

Diz respeito às distorções geradas dentro do olho, principalmente no cristalino. Em adultos, o aumento de aberrações internas está frequentemente associado à catarata. Alteração corrigida exclusivamente com cirurgia.
Resumindo: aberração corneana tende a responder a óculos e lente de contato; aberração interna associada à catarata tende a responder à cirurgia.

O exame é rápido, indolor e sem contato. O paciente fixa um ponto luminoso e, em poucos segundos, o equipamento registra mapas e gráficos que quantificam a qualidade óptica do olho examinado. A dilatação não é necessária, o que permite mensurar com precisão o tamanho da pupila— informação essencial para planejar com segurança a cirurgia de catarata e definir a elegibilidade para Lentes Intraoculares Premium.

O OPD-Scan apresenta telas que traduzem a qualidade óptica em informações objetivas, úteis tanto para a análise clínica do médico quanto para que o paciente visualize e compreenda, de forma clara, o estado de sua visão. 

O PSF (Point Spread Function), mostra como um ponto ideal de luz é formado no olho. Quando não há catarata ou irregularidade na córnea, esse ponto aparece concentrado e bem definido, sinal de que a luz é conduzida de maneira ordenada até o fundo do olho (Figura 1). Na presença de catarata, o ponto fica alargado e espalhado, já que a luz é dispersa no interior do olho antes de formar a imagem, o que explica a visão embaçada e a distorção

(Figura 2).

Fugura 1 - PSF em olho sem Catarata

Fugura 2 - PSF em olho com Catarata

Agora observamos o gráfico de MTF, que traduz em números quanto contraste o olho preserva à medida que os detalhes ficam menores. Neste relatório, há uma curva de referência em verde (desempenho esperado de um olho saudável) e duas curvas do paciente: azul (visão sem correção) e rosa (visão com correção por óculos).

Quando a curva rosa se aproxima da verde, o quadro é predominantemente refrativo e tende a responder bem ao ajuste de óculos (Figura 3). Se, mesmo com correção, a curva rosa permanece distante da verde, isso indica perda de contraste não corrigível por óculos, geralmente associada a alterações internas do olho, como a catarata (Figura 4).

 

A seguir, as Figuras 3 e 4 apresentam os gráficos de MTF dos mesmos olhos mostrados nas Figuras 1 e 2 (PSF). A Figura 3 refere-se ao olho sem catarata e a Figura 4 ao olho com catarata, permitindo comparar, no mesmo paciente, os achados de PSF e MTF.

Fugura 3 - MTF em olho sem Catarata

Fugura 4 - MTF em olho com Catarata

Limitações e cuidados na interpretação do OPD

Variações no tamanho da pupila modificam o contraste e a dispersão. Pupilas maiores expõem mais aberrações, e pupilas menores podem mascará-las. Ao medir a pupila em condições reais e no escuro o OPD-Scan fornece parâmetros essenciais para a escolha da lente intraocular em candidatos à cirurgia de catarata.

O OPD-Scan não substitui a consulta oftalmológica completa, que inclui acuidade visual, biomicroscopia e avaliação do fundo de olho. Ele a complementa ao fornecer métricas objetivas da qualidade óptica, que, correlacionada aos sintomas, permite uma analise integral ao médico e facilita o entendimento ao paciente.

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