LENTE “DO CONVÊNIO" E “IMPORTADA" - QUAIS AS DIFERENÇAS?

Por  Dra Giovanna Vinholi – Oftalmologista em curitiba

A cirurgia de catarata é o procedimento cirúrgico mais realizado no mundo, feito por mais de 80 mil pacientes mundo afora todos os dias. Ela inclui a retirada do cristalino opacificado e sua
substituição por uma lente intraocular (LIO), que, além de melhorar a qualidade de visão do paciente e evitar cegueira, também é uma oportunidade de torná-lo independente dos óculos
em um único procedimento. 
Sabe-se que existe grande variedade atualmente nos tipos de LIOs no mercado, sendo a escolha correta desta lente uma das peças chaves para assegurar a satisfação visual pós operatória do paciente. Nesse contexto, dúvidas entre as diferenças entre as LIOs fornecidas pelos convênios (chamados coloquialmente de “lentes nacionais”) e as lentes premium, conhecidas como “lente importadas” são extremamente comuns.
De modo geral, as lentes intraoculares fornecidas pelos convênios são monofocais, possuem foco apenas para longe. Elas não têm como objetivo garantir independência dos óculos, mas sim devolver a transparência à visão após a retirada da catarata. Após o implante destas lentes não é incomum a presença de grau residual (especialmente na presença de astigmatismo), que pode piorar a visão para todas as distâncias e fazer com que o paciente necessite permanentemente do uso de óculos multifocal. A presbiopia, piora de visão tanto para perto como para distância intermediária, também não é corrigida com este tipo de lente.
Já as lentes intraoculares conhecidas como “importadas” fazem uso de diferentes tecnologias para garantir maior conforto visual, nitidez e contraste para os pacientes no pós operatório.
Além disso, elas possuem a capacidade de corrigirem tanto o astigmatismo (lentes tóricas) quanto a presbiopia (visão cansada), permitindo, dependendo do modelo de LIO escolhido, tornar o paciente independente dos óculos para todas as distâncias.
A escolha da lente intraocular é uma decisão que deve ser tomada em conjunto com o médico especialista levando em consideração o estilo de vida do paciente, a anatomia ocular do paciente e sua disponibilidade financeira. Cada caso deve ser avaliado individualmente para que a escolha traga a melhor qualidade de vida para cada paciente.