Olho Seco Evaporativo, Menopausa e Reposição Hormonal:

Entenda a Relação

Dr. Renan Carlos Coradi - Médicos de Olhos S.A.Por  Dr. Renan Coradi  – Oftalmologista em curitiba

A síndrome do olho seco é uma condição oftalmológica comum, especialmente em
mulheres a partir dos 45 anos. Um dos tipos mais frequentes é o olho seco evaporativo, que
tem como principal causa a instabilidade da camada lipídica do filme lacrimal, responsável
por evitar a evaporação precoce das lágrimas.
Durante a menopausa, ocorrem mudanças hormonais significativas. Essas alterações afetam
diretamente as glândulas de Meibômio, localizadas nas pálpebras, que são responsáveis pela
produção da camada oleosa das lágrimas, essa camada impede a lágrima de evaporar.
Quando essas glândulas não funcionam adequadamente, a lágrima evapora mais
rapidamente, causando sintomas de olho seco como: ardência, sensação de areia, visão
embaçada, vermelhidão e sensibilidade à luz.
A terapia de reposição hormonal pode ter impacto nos sintomas oculares, mas os resultados
variam. Alguns estudos mostram melhora na lubrificação ocular, enquanto outros indicam
que o tipo de hormônio utilizado pode até piorar o quadro. Por isso, a avaliação
personalizada é essencial.
O diagnóstico do olho seco evaporativo é feito por meio de exames que avaliam a
estabilidade do filme lacrimal e o funcionamento das glândulas de Meibômio. Testes como a
meibografia e o tempo de ruptura da lágrima (BUT) ajudam a identificar a evaporação
precoce.
Além da reposição hormonal, existem diversos tratamentos específicos para o olho seco
evaporativo, como: higienização e terapia térmica das pálpebras, suplementação com ácidos
graxos (como ômega-3), uso de colírios lubrificantes específicos, tratamentos com luz
pulsada ou tecnologias para estimular as glândulas de Meibômio.
Fazer uma consulta oftalmológica é extremamente importante no contexto da menopausa.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado melhoram significativamente a qualidade
de vida e previnem complicações a longo prazo.